Cáritas Arquidiocesana inicia ação com Agentes Populares de Saúde em Itapissuma e Ilha de Itamaracá

28 de Setembro de 2020

 

A Cáritas Arquidiocesana de Olinda e Recife deu início neste mês de setembro à uma nova ação de prevenção e cuidado no contexto da pandemia do coronavírus através dos agentes populares de saúde. A iniciativa já foi implantada em outras comunidades da Região Metropolitana do Recife e será replicada no Projeto Inclusão, Fé e Política, desenvolvido nas comunidades de Itapissuma e da Ilha de Itamaracá. A primeira etapa de formação de um grupo de 14 agentes aconteceu no último dia 18 de setembro e na semana seguinte foram iniciadas às visitas, que pretendem alcançar cerca de 225 famílias na região.

Os agentes populares de saúde são uma iniciativa da Campanha Mãos Solidárias, promovida pelo Armazém do Campo (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST), em parceria com diversas entidades, entre elas a Arquidiocese de Olinda e Recife e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/PE). Desenvolvido inicialmente nas comunidades do Recife, a proposta vem se espalhando por todo o Brasil e busca capacitar moradores de bairros da periferia para terem acesso a informações sobre cuidados básicos de saúde, especialmente no combate à covid-19, para que estes orientarem seus vizinhos no combate e prevenção aos efeito da pandemia.

O primeiro módulo da formação dos agentes aconteceu no dia 18 de setembro, no Salão Dom Lamartine, em Itapissuma, e foi conduzida pela terapeuta e sanitarista Kethrein Santana, que destacou os cuidados necessários para proteção e prevenção do novo coronavírus, como a maneira correta de lavar as mãos e a forma correta de fazer a solução de água e água sanitária para higienizar a casa e máscaras de tecido. Kethrein destaca que o projeto é uma forma de empoderamento da comunidade, pois também propõe formas de organização para que as pessoas busquem seus direitos. “Acredito que esse grupo que iniciamos tem um potencial muito grande de transformar a comunidade onde mora, pois conhece muito bem essa realidade”, ressalta a sanitarista. 

Aprender a maneira correta de lavar as mãos foi uma das etapas da formação dos Agentes Populares de Saúde.

Já na semana seguinte à formação, os agentes populares iniciaram as primeiras visitas aos moradores das comunidades de Ferro Velho e Várzea (em Itapissuma) e Salinas, Bode/Chié e Jaguaribe (na Ilha de Itamaracá). A missão consiste em acompanhar mais de 200 famílias, orientando para práticas de cuidado e prevenção do novo coronavírus. Para Marília Silva, uma das agentes populares de saúde de Itapissuma, os relatos dos moradores locais têm identificado que algumas pessoas tiveram o sintomas da Covid-19 e se automedicaram. Um cenário semelhante também foi notado em Itamaracá pelas agentes Verônica Feijó e Thaísa Melo, de pessoas que tiveram sintomas mas não procuraram o hospital nem fizeram o teste da Covid-19. Com estas e outras informações, será mais fácil buscar alternativas para ajudar essas comunidades na efetivação do direito à saúde.

Primeiras visitas dos Agentes populares de Saúde realizadas no bairro Jaguaribe, na Ilha de Itamaracá.

Durante as visitas, um reforço para a higiene está sendo a doação de sabão às famílias. A produção do sabão, feita com óleo de frituras por grupos de voluntários/as da Cáritas Arquidiocesana, iniciou já nos meses de Julho e Agosto. Além desses/as voluntários/as recolherem óleo usado em estabelecimentos comerciais dos bairros, evitando que toda aquela gordura seja descartada e contamine o meio ambiente, em cada casa visitada pelos agentes populares de saúde eles incentivam o armazenamento do óleo de frituras para doação.

Grupo de voluntários/as produzem sabão com óleo usado para serem doados à famílias do bairro.

 

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